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Visão Computacional 1. Representação de Prof. Aldo von Wangenheim |
Wavelets e Wavelet Packets Andrea Vergara da Silva e Juliana Eyng
Revisão de Conceitos: Aqui estão alguns dos conceitos de álgebra linear fundamentais para o estudo e entendimento de Wavelets.
Um conjunto {u1, u2, ...} Î V de vetores linearmente independentes são uma base para V se todo v Î V pode ser escrito como:
para quaisquer números reais c1, c2,... Se uma base para V tem um número finito de elementos {u1, u2, ..., um} então V é de dimensão finita, e sua dimensão é m, caso contrário V é de dimensão infinita. Exemplo: Â3 é um espaço tridimensional. Os vetores: e1=(1,0,0), e2=(0,1,0) e e3=(0,0,1)
formam uma base para Â3, ou
seja, qualquer elemento de Â3
pode ser escrito em função de e1, e2 e
e3.
![]() Para todo u, v, w Î V e aÎ K, devemos ter: Um dos usos mais importantes do produto interno é para formalizar a idéia de ortogonalidade. Dois vetores u e v são ditos ortogonais se <u ,v> = 0. Uma base ortogonal é uma base que consiste de vetores ortogonais
entre si.
||u||2 : = <u,u>1/2. Um vetor u com ||u||=1 é dito normalizado. Se temos uma base ortogonal composta de vetores normalizados, a base é chamada ortonormal. Exemplo: Os vetores e1, e2 e e3 do exemplo anterior
formam uma base ortonormal para o espaço Â3.
Introdução Wavelets são funções que satisfazem a certos requisitos matemáticos e são usadas na representação de dados ou de outras funções. Elas utilizam a idéia de aproximação usando a superposição de funções. Esta idéia tem sua origem no trabalho de Joseph Fourier, que no século XIX descobriu que poderia utilizar senos e cosenos para representar outras funções. A novidade em relação a Fourier é que a análise em wavelets não é feita segundo a freqüência mas sim segundo a escala. Os algoritmos wavelet processam dados em diferentes escalas e resoluções, permitindo que sejam vistos tanto o global quanto os detalhes. Além da análise de imagens, foco deste trabalho, as wavelets possuem um vasto campo de aplicações. A compressão de imagens pode ser considerada a mais conhecida das aplicações, mas existem ainda aplicações no processamento de sinais, astronomia, acústica, engenharia nuclear, neurofisiologia, música, ótica, fractais e em aplicações matemáticas puras, como na resolução de equações diferenciais parciais. Existem algumas famílias de wavelets, são elas:
Histórico: Na história da matemática, a análise wavelet mostra diferentes origens. Muitos dos trabalhos foram realizados por volta de 1930. Antes de 1930, Joseph Fourier (1807) iniciou o estudo de wavelet com suas teorias de análise de freqüência, afirmando que qualquer função f(x) de período 2p é a soma:
onde
Depois de 1807, os matemáticos analisando o sentido das funções, da convergência da série de Fourier e sistemas ortogonais, migraram da noção de análise de freqüência para a noção de análise de escala. Isto é, analisando f(x) criando estruturas matemáticas que variam em escala. A análise de escala é menos sensível a ruídos porque ela mede a flutuação média do sinal em diferentes escalas. A primeira vez que o termo wavelet foi mencionado foi em um apêndice
da tese de Alfred Haar (1909). As wavelets Haar não são continuamente
diferenciáveis, o que de certo modo limita suas aplicações.
Após 1980, Y. Meyer construiu a primeira wavelet não trivial. Diferente das wavelets de Haar, elas são continuamente diferenciáveis. Alguns anos depois, Ingrid Daubechies construiu um conjunto de funções
base wavelet ortonormais, que são, talvez, as mais elegantes e se
tornaram um marco nas aplicações de wavelets.
Fourier x Wavelet: A análise de Fourier e as wavelets têm uma ligação muito forte. Similaridades A transformada rápida de Fourier (fft) e a transformada discreta
de wavelet (dwt) são ambas operações lineares que
geram uma estrutura de dados que contém As propriedades matemáticas das matrizes envolvidas nas transformadas são também similares. A inversa da matriz da transformada tanto para o fft, quanto para a dwt é a transposta da original. Como resultado ambas as transformadas podem ser vistas como uma rotação no espaço da função para um diferente domínio. Para a fft, este novo domínio contém funções base que são senos e cosenos. Para a transformada wavelet, este novo domínio contém funções base mais complicadas chamadas wavelets, chamadas mother wavelets. Além dessas, as transformadas fft e dwt possuem outras similaridades. Diferenças A mais importante diferença entre estes dois tipos de transformadas é que funções individuais wavelets estão localizadas no espaço. As funções seno e coseno, usadas na fft, não estão. O fato das funções seno e coseno não estarem localizadas no espaço pode ser entendido com o seguinte exemplo:
Uma maneira de se enxergar as diferenças de resolução tempo-freqüência entre a transformada de Fourier e a transformada wavelet é olhar para a cobertura da função base no plano tempo-freqüência. Uma vantagem da transformada wavelet é que o tamanho da janela varia. A transformada wavelet não possui um único conjunto de
funções base, como acontece com a transformada de Fourier,
que utiliza apenas as funções senos e cosenos. A transformada
wavelet possui um conjunto infinito de funções base, assim,
a análise wavelet fornece acesso imediato à informação
que pode estar escondida em outros métodos tempo-freqüência,
como a análise de Fourier.
Análise Wavelet: Em análises wavelet, um sinal é dividido em aproximação
e detalhe. Esta aproximação é então dividida
em uma aproximação de segundo-nível e detalhe, e o
processo se repete. Para uma decomposição de nível-n,
há n + 1 caminhos possíveis para decompor ou codificar o
sinal.
Wavelets em uma dimensão Sendo Vj um espaço vetorial, definimos uma função
base
Por exemplo:
O próximo passo é escolher um produto interno definido no espaço vetorial Vj. O produto interno padrão é dado por: sendo f e g funções pertencentes ao espaço Vj. Definimos agora um novo espaço vetorial Wj como o complemento ortogonal de Vj em Vj+1. Podemos pensar em Wj como o espaço que contém os detalhes em Vj+1, que não podem ser representados em Vj, espaço das aproximações. Wavelet é uma coleção de funções
As wavelets de Haar são definidas por:
Onde, ![]() ![]()
Finalmente, a imagem pode ser reescrita como uma soma das funções
base em V0, W0 e W1. Agora teremos I(x)
representada por uma aproximação (
Estes coeficientes são a transformada wavelet de Haar
da
imagem original.
Análise Wavelet Packet: O método wavelet packet é uma generalização da decomposição wavelet que oferece um limite de possibilidades mais rico para a análise de sinais. Em análises wavelet packet, os detalhes bem como as aproximações
podem ser divididas, gerando 2n caminhos diferentes para a codificação
do sinal. A árvore de decomposição da wavelet packet
fica da seguinte forma:
Fig. 3 – Árvore da análise wavelet packet.
As análise wavelet packet permitem que um sinal S seja representado
como A1+AAD3+DAD3+DD2. Isto
é um exemplo de uma representação que não é
possível utilizando a análise wavelet ordinária.
Wavelets para Análise de Textura:
Outras considerações, como complexidade computacional, podem ser também determinantes nesta decisão.
Calçada2.jpg
Árvores2.jpg
Analisando pequenos pedaços das imagens de cada textura (grama / calçada). Da imagem, pegamos três pedaços da grama e três da calçada, para análise dos coeficientes gerados em cada uma. Exemplo: C21 – Um pedaço da imagem da grama
Analisando os coeficientes
Para a análise da imagem da calçada geramos seis sub-imagens, três contendo apenas textura de grama e três contendo apenas textura de calçada. Foram gerados os coeficientes para cada uma destas imagens, utilizando
Biortogonal 3.7, a fim de locarlizarmos os coeficientes que classificassem
as diferentes texturas.
Coeficientes para as três imagens de grama:
Coeficientes para as três imagens de calçada:
Sobrepondo todos os coeficientes:
Foram gerados os coeficientes para cada uma destas imagens, utilizando
Daubechies-4, a fim de locarlizarmos os coeficientes que classificassem
as diferentes texturas.
Coeficientes para as imagens do primeiro tipo de árvore:
Coeficientes para as imagens do segundo tipo de árvore:
Sobrepondo todos os coeficientes:
Referências Bibliográficas:
Graps, A. An Introduction to Wavelets. 1995. Misiti M. et alli. Wavelet Toolbox: for use with Matlab. 1997. Scheunders, P. et alli. Wavelet-based Texture Analysis. 1997. Scheunders, P. et alli. Wavelets for Texture Analysis. 1997. Stollnitz, E. J., DeRose T., Salesin D.H. Wavelets for Computer Graohics: a primer. 1995. Strang, Gilbert. Creating and Comparing Wavelets. 1994.
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