Jorge Muniz Barreto
Interesses Pessoais: Shivaismo
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A Natureza dos Deuses da Natureza
Somos todos irmãos dos deuses. Nossa sociedade materialista nos
afastou do contato com o divino. Atualmente julga-se
ridículo dizer que o mundo é sagrado, a vida é
sagrada, a natureza é sagrada. O conceito de sagrado evouliu com
o tempo e hoje se restringe a uma concepção bem definida do
que é um Deus.A única coisa que ainda preserva sua
sacralidade, para a maioria das pessoas, é o deus criador -
aquele que fica sentado no alto de sua nuvem, lançando raios
sobre os que o desobedecem. Isto é o que a maioria das pessoas
tem como deidade. Mas não uma grande maioria dos seres humanos
que hoje vivem sobre o planeta Terra.
Aqueles que assim pensam desse Deus, acreditam que este Deus
é a resposta natural para a pergunta ”De onde veio o
Universo?”. A esta pergunta corresponde a resposta “O
Universo foi criado por Deus”. A seguir, pode-se fazer outras
perguntas: “ Quem criou Deus”?, “ Que havia antes de
Deus ser Criado?” e outras do mesmo calibre.
Provavelmente nnao foi assim que apareceu o conceito de Deus. Como
não estávamos lá para ouvir o que pensavam os
homens, só nos resta fazer conjecturas plausíveis,
já que adotando atitude Shivaista, antes mesmo de
explicá-la, não faremos apêlo a Verdades reveladas.
Há cerca de 14.000 anos (12.000AC) (daqui por diante
designaremos AC antes de Cristo por E.A Era Antiga.e DC depois de
Cristo por E.V. Era Vulgar) (Pinsky, 2001) a Terra comoeçou a
esquentar em regiões próximas ao Equador, rios caudalosos
substituíram o gêlo. Seres humanos que até
então viviam em cavernas, “se protegendo do frio”e
que tinham a população limitada pela dificuldade de
alimentos, puderam sair e buscar alimento for a destas cavernas.
Rapidamente uma primeira especialização deve ter
ocorrido, comprovada por desenhos rupestres em que os homens se
dedicaram a caca e a pesca e as mulheres a buscar nas florestas que
apareciam raízes e frutos comestíveis, guiadas
inicialmente pelo instinto e cheiro daquilo que selecionavam para
comer. Jogando for a pedaços não comidos, notaram que
esses germinavam na Terra , dando uma nova planta. Foi o início
da Agricultura e esta realmente floresceu próxima aos grandes
rios. Até hoje se menciona a civilização nascida
no Vale do Nilo, mesopotâmea, Vale do Indus e Ganges, sendo as
primeiras as mais conhecidas por nós.
Em locais onde não havia rios que com suas enchentes
fertilizassem a Terra, tais como na Ásia central, a agricultura
não dominou e sim a domesticacão de alguns animais
que aproveitavam o leite, carne e peles. Como rapidamente se esgotavm
as raízes e frutos de uma região, era necessário
imigrações constantes e acredita=se então que
naquela reginao do Globo, a organização familiar se torne
diferente.
Enquanto que em uma população agrícola que
favorecia o sedentalismo port ser necessário esperar a colheita
e afrutificaçnao de árvores plantadas, favorecia o
feminino em uma civilização nômade em que o
trabalho era lidar com animais fortes favorecia a força bruta
é normal que nessas civilizações os homens
tivessem supremacia.
Vendo tanto na Terra que fazia brotar plantas gerando a vida quanto
observando mulheres que de seu interior saiam novos seres, o conceito
da mulher associada a geradora da Vida, se estabeleceu.
Comprovação disto vem das figuras de Deusas mães
populares entre estas civilizações do Neolítico.
Vejam nestas o Sagrado é aquele que Cria a Vida, isto é a
Natureza e as Mães. Dai o forte desenvolvimento do respeito ao
feminino das civilizações sedentárias. Associada a
esta crença associou-se o Deus Natureza com seus
símbolos.
Deusa mãe, encontrada no Vale do Indus
E o Shivaismo?
Deve ser útil primeiramente contextualizar com o
pensamento oriental, que encerra uma filosofia estranha para
ocidentais, acostumados ao pensamento filosófico grego.
Cerca de 7000 EA, no vale do rio Indus, onde hoje é a o
atual Paquistão, desenvolveu-se uma civilização
muito avançada, pouco conhecida no ocidente (catálogo de
exposição Paquistão 1989){Museu89. Certamente
teriam algum tipo de escrita pois ja se encontram carimbos, feitos de
argila seca ao sol. Existe forte evidência que a
organização destas sociedades era do tipo matriarcal e
pacificos. Cabia às mulheres a agricultura e preparo da
alimentação para a família. Ao homem cabia
principalmene pescar. Progressivamente proveitando-se da fertilidade
trazida pelas inundações do rio Indus, a
população foi aumentado e o alimento armazenado em
depositos.
Na região do Indus, se
encontra um personagem
hipotético representado no meio dos animais sentado em
posição de Lotus, o qual costuma se chamar de Deus dos
Animais ou Pashupati, primeira representação de Shiva.
Representava-se tambem por um personagem hermafrodita (note que o
Adão da Bíblia continha os dois sexos).
Pequenos roedores foram atraidos por esta
alimentação armazenada, sendo seguidos por pequenos
felinos desejosos de caçá-los. Estes felinos adoravam se
esfregar nas pessoas, deixando nelas seus odores, incensíveis ao
olfato humano, mas suficiente para identificar aqueles que se
deixavam aproximar. Esta atitude, interpretada pelas mulheres como de
animais carinhosos, associada a sua utilidade por dar caça aos
roedores foi o passo para a aceitação do gato como animal
domiciliar.
Os homens com sua tarefa de pescar tinham que passar varias horas
imóveis, e foi a grande oportunidade para pensarem e
desenvolverem idéias filosóficas que antecederam os
gregos por muitos séculos. Nascia a Yoga {Note que a
posição mais conhecida de meditação
é simplesmente o homem de pernas cruzadas em Lotus (Padmasana)
Hoje denominamos estes povos de dravídicos ou dravidianos,
povo totalmente pacífico, tal como outros povos de
civilizações de pele e olhos escuros.
Posteriormente com o aumento da população
construiram outras cidades, das quais, Mohenjo Daro e Harapa, altamente
desenvolvidas, com planejamento urbanístico, escrita,
organização política e social e arte
cerâmica, são as mais conhecidas.
Modernas pesquisas encontraram nestes locais as primeiras
manifestações de culto à Shakti, a Mãe
Divina, a base do tantrismo. Foram encontradas também imagens em
postura de yoga e em atitude de meditação.
Cães que haviam há muito conseguido sua
aceitação como companheiros nas cavernas, pelo aviso dado
à aproximação de estranhos, passsaram a seguir
estas tribos.
Notícias da existência de cidades onde a
alimentção abundava despertou o desejo de tambem achar
uma “terra prometida''. Provavelmente os primeiros livros da
Biblia se refere a um destes povos.
Contam os historiadores ocidentais que esta civilização
do Indus teria sido destruída por uma invasão
aryana.
Recentes descobertas arqueológicas e linguísticas, no
entanto, estão descartando esta teoria de uma possível
invasão de um certo povo aryano vindo do norte, com provas
significativas da impossibilidade de ter havido esta invasão
abrupta. O que é mais provável é a
invasão por povos durante um período longo, o termo
ariano significando “nobre''.
Estes povos assumindo a liderança nas regiões
conquistadas, necessitavam de uma língua comum para se
comunicarem. Inventaram então o Sânscrito de modo
suficientemente complexo, para que apenas com estudos aprofundados
pudessem ser aprendido e rico de homônimos e sinônimos de
modo que a Semântica das frases tivesse múltiplos
sentidos. Com relação aos caracteres usados adotaram um
sistema de mais de 500 sinais diferentes misturando origens dos vearios
povos coonquistadores. Hoje observando a escrita sânscrita em
Devanagari, caracteres usuais empregados, nota-se um ligeiro
sentimento dde escrita hieroglífica e do sul asiático.
Os invasores traziam consigo todo um panteon de deuses que assimilaram
os deuses locais e epopéias das conquistas foram escritas em
Sânscrirto. A cultura dos povos nominados continuou a ser
transmitida de boca a orelha e por versos aprendidos de cor.
Filosofia do Shivaismo
A filosofia do Shivaismo vem sendo transmitida de boca a orelha
essencialmente por tres poemas: O Vijñâmabaïrava, o
Shivasutra e o Spendakarika. Alguns compreendem tudo do Shivaismo
principalmente aquele levado por dravidianos para os montes do Himalaia
que se costuma designar por Pratyabhijñâ. Outros
necessitam um ensinamento mais progressivo seguido de exercicios e atos
purificadores do corpo e talvez nunca compreendam o que é este
Shivaismo. Vejam uma representacnao abaixo, com suas cobras.
Nada custa experimentar aqui a via rápida. Leia medite e se
realmente absorver as 5 frases abaixo, é que compreendeu o
Shivaismo:
1- Tu és Shiva.
2- Shiva é teu Eu.
3- Iluminado desde sempre.
4- Sem nascimento nem morte.
5- Seu Universo é um jogo de tua conscência
Que quer dizer isso?
Se não entendeu, pense: não há muito mais a dizer.
O resto é consequência do que foi dito. Assim:
Não espere encontrar escolas de Shivaismo., se você
é Shiva, para que ir a Escola? Não se vai a Templo
Shivaita para meditar, Shiva está dentro de você. Aonde
vocie estiver tem um Templo. Não procure a Divindade for a de
ti, ele é o seu Eu! Não existe percursoa serpercorrido
para atingir a liberação. Sessões livre pois sois
Shiva, como querer se liberar? Não existe pecado nem
purificação, não existe dualidade nem não
dualidade. O conceito de outro não se aplica, pois o Univeros
está na Tua Consciência, fenômeno da
cognição. Não há ritual nem prática.
Como vive o Shivaita? Como todo mundo: vivendo! Meditar não
é o vazio como apresentava Pantajali em suas sutras, mas viver
cada momento, realmente.
Boa Meditação