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Seminário Visão Computacional - CPGCC/UFSC - 2001.2

Técnicas de  Sensoriamento Remoto
Fábio Alexandrini
fabalex@unidavi.edu.br

  • Segundo Lillesand e Kiefer (1994) Sensoriamento Remoto é a ciência e a arte de obter informação acerca de um objeto, área ou fenômeno, através da análise de dados adquiridos por um dispositivo que não está em contato com o objeto, área ou fenômeno sob investigação. 
  • Para Novo(1986) Sensoriamento Remoto é a utilização conjunta de modernos sensoreea, equipamentos para processamento dados, equipamentos para transmissão de dados, aeronaves, espaçonaves, satélites, com o objetivo de estudar o amibiente terrestre através do registro e da análise das interações entre a radiação eletromagnética e as substânicas componentes da Terra em suas diversas manifestações.


De certa forma, o Sensoriamento Rem  oto de definido pela sigla SR, pode ser entendido como um processo de leitura. Por meio de vários sensores, dados são coletados remotamente, para que sejam analisados no intuito de gerar informação acerca de objetos, áreas, ou fenômenos sob investigação. A forma dos dados podem ser variações na distribuição de forças, distribuição de ondas acústicas, ou distribuição de ondas eletromagnéticas - percebida, em parte, pelo olho humano - por exemplo.
- O SR eletromagnético também pode ser entendido como o conjunto de atividades que têm por objetivo determinar propriedades de alvos pela detecção, registro e análise da radiação eletromagnétca por eles refletida e/ou emitida. Ainda que o registro da radiação possa ser feito de várias maneiras. Sendo em termos militares um conjunto de atividades de apoio às atividades de Inteligência, particularmente a Inteligência de Imagens.
- O SR moderno é o “descendente” natural da fotografia convencional, tendo surgido com a evolução das técnicas que permitem detectar e registrar outras formas de radiação eletromagnética além da luz visível.
- O SR teve seu crescimento lado a lado com a ciência da computação, a partir do final dos anos 50. Isso se deveu a uma grande necessidade do programa espacial norte-americano nesse sentido. O desenvolvimento conjunto dessas tecnologias fez com que o SR viesse a englobar não apenas diferentes tipos de imagens e sensores, mas também, devido ao emprego de técnicas de processamento de imagens digitais, propiciar a geração de uma gama de produtos bem mais variada que a oferecida até então pelas técnicas e sensores fotográficos tradicionais.
- Existem várias formas de se caracterizar sistemas de SR. Podem ser discriminados quanto ao nível de aquisição (terrestre, aéreo e orbital), ou quanto ao processo de detecção (fotográfica ou eletrônica), por exemplo. A mais usual delas é dividindo-os em função do domínio espectral, ou seja, a porção do Espectro Eletromagnético por eles explorada (visível, infravermelho próximo, infravermelho médio, infravermelho distante ou termal, e microondas). Alguns sistemas, por operarem em mais de uma faixa espectral, recebem a denominação multiespectral, ou hiperespectral, em função do número de canais adotados. A Tabela abaixo  apresenta, sinteticamente, os principais sistemas e produtos de SR.


A Tabela a seguir ilustra as circunstâncias de utilização dos sistemas de SR, em função da faixa espectral na qual estiverem operando. Quando um sistema de SR utiliza radiação refletida (visível e infravermelho próximo/médio), ele depende da iluminação solar e da transparência atmosférica, pois os comprimentos de onda envolvidos são relativamente pequenos.
Caso a radiação empregada pelo sistema se situe no infravermelho termal, tal sistema independe de iluminação solar. Entretanto, esse sistema ainda depende de transparência atmosférica, pelas mesmas razões mencionadas para sistemas que operam no espectro refletido.
Finalmente, quando se trata de radares imageadores, há independência tanto da iluminação solar que são sistemas ativos, que emitem sua própria radiação, quanto da transparência atmosférica onde as microondas possuem comprimento de onda relativamente longos, se comparados às partículas em suspensão na atmosfera terrestre.
As considerações anteriores estabelecem algumas características que podem determinar a possibilidade, ou não, de utilização dos vários sistemas de SR. No entanto, existem outras características pertinentes a cada sistema, aqui não mencionadas, que os tornam mais ou menos adequados para determinado tipo de utilização, tornando a natureza dos dados de SR essencialmente complementar. Em outras palavras, sempre que praticável, é desejável a disponibilidade de dados dos vários sistemas existentes e, logicamente, disponíveis.
Essa complementaridade entre os diversos sistemas de SR permite a extração de uma quantidade superior de informações para uma mesma cena, na medida em que cada faixa do Espectro Eletromagnético possui peculiaridades na forma de interagir com a matéria.

Resolução Espacial é definida como o menor elemento de área que um sistema sensor é capaz de distinguir. Ela determina se o alvo pode ser identificado na imagem, em função de seu tamanho.Um “pixel” (“picture element” - menor elemento da imagem) é disposto de maneira exagerada para exemplificar os diferentes graus de abragência, em função da resolução espacial considerada.
Na representação abaixo, a direita, tem resolução espacial mais pobre (pior), um pixel integra a informação disponível em dois tipos de cultura dispostas perpendicularmente uma à outra, além da influência do fundo (solo). Na representação central, de resolução espacial intermediária, um pixel integra a informação disponível em um tipo de cultura e no fundo à sua volta (solo). Finalmente, na representação da esquerda, de melhor resolução espacial, um pixel integra somente a informação disponível num tipo de cultura.

Resolução Radiométrica e definida como a menor diferença de brilho que um sistema sensor é capaz de perceber. Ela determina se o alvo pode ser visto na imagem, em função de seu contraste com os alvos vizinhos. É dada pelo número de níveis digitais, representando níveis de cinza, usados para expressar os dados coletados pelo sensor. Quanto maior o número de níveis, maior é a resolução radiométrica.
I

Resolução espectral é definida como a menor porção do Espectro Eletromagnético que um sistema sensor é capaz de segmentar. Ela determina se o alvo pode ser visto na imagem, em função de seu comportamento espectral. Quanto mais estreitas, espectralmente falando, as bandas (canais) de um dado sistema, maior é a capacidade desse sistema de discriminar variações no comportamento espectral do alvo a ser estudado.
 
 

Fotografias aéreas oblíquas de baixa altitude, obtidas simultaneamente, ilustrando a diferença de comportamento espectral entre a grama natural, nos arredores do estádio, e a grama artificial, no interior do mesmo, em função da resolução espectral do filme utilizado. Em (a), uma foto pancromática (0,4 a 0,9 ?m.); e em (b), uma foto infravermelho (0,7 a 0,9 ?m.), de melhor resolução espectral.

A faixa espectral, por sua vez, é definida como a região do Espectro Eletromagnético na qual um sistema sensor opera. Ela determina o domínio do sistema sensor utilizado, em função da característica da radiação por ele empregada. Via de regra, o Espectro Eletromagnético é dividido, para efeito de Sensoriamento Remoto, em 5 faixas espectrais, assim distribuídas do menor para o maior comprimento de onda: visível, infravermelho próximo, infravermelho médio, infravermelho distante (termal), e microondas.
A resolução temporal (Repetitividade)é definida como a freqüência com a qual um sistema sensor é capaz de imagear um mesmo alvo. Ela determina o período mínimo a ser aguardado para um novo imageamento de determinado alvo. Trata-se de um parâmetro somente aplicável aos satélites de SR, uma vez que estes possuem órbitas de períodos regulares como característica imposta pela Mecânica Orbital, ao contrário das aeronaves, por exemplo.
Dois parâmetros relacionados à plataforma - o nível de emprego (orbital, aéreo e de superfície) e a capacidade de uso (posse e grau de imunidade à interceptação) - afetam a resolução temporal. 
 
Em geral se pode dizer que os alvos de valor estratégico são imóveis e sujeitos a poucas alterações no decorrer do tempo (refinarias de petróleo, fábricas de armamentos, aeródromos), enquanto os alvos de valor táticos podem ser movidos (tropas, embarcações, aeronaves), ou modificados (defesas de um aeródromo, pontes móveis) com relativa rapidez.
Dessa forma, qualquer que seja a resolução temporal do sistema, ele se prestará para o reconhecimento estratégico, mas somente os sistemas de alta resolução temporal poderão ser considerados para o reconhecimento tático. 

A radiação óptica proveniente de um objeto tem duas origens possíveis,a atividade interna dos átomos que constituem o objeto. Energias correspondentes aos comprimentos de onda do espectro óptico envolvem tipicamente transições de elétrons no átomo.A outra é radiação a partir de um objeto é a reflexão ou a transmissão de fontes radiantes no ambiente em que se encontra o objeto. A reflexão pode ocorrer em função de um simples espalhamento, ou pode envolver a absorção seguida de reemissão de comprimentos de ondas selecionados. Um comprimento de onda transmitido é aquele que passa através do objeto.
 
A luz visível é apenas umas das muitas formas de Radiação Eletromagnética (REM). Outras formas familiares são as ondas de rádio, raios-ultravioleta, raios-X e o calor. Todos esses tipos de REM são similares e são irradiadas segundo a Teoria Ondulatória. Maiores informações estão nas tabela de Grandezas radiométricas e fotométricas.(abaixo)


 
Quando a REM incide sobre qualquer superfície, pode interagir com esta de três modos: refletindo-se na superfície, sendo absorvida pela superfície e transmitindo-se através da superfície. 
A  reflectância espectral típicas para as três feições básicas encontradas na superfície terrestre: vegetação verde sadia, solo exposto seco e água lacustre limpa. As linhas apresentadas no gráfico onstituem a média da medição de várias amostras e são representativas das três classes consideradas. Embora a reflectância das feições, individualmente, varie bastante em torno da média, essas curvas denotam alguns pontos fundamentais no que diz respeito à reflectância espectral

Independentemente da fonte, toda REM detectada por sistemas sensores passa através de algum trecho da atmosfera terrestre. O comprimento dessa trajetória pode variar bastante. Fotografias tomadas a partir do espaço, por exemplo, representam a energia proveniente do Sol e refletida pelo objeto, tendo cruzado a atmosfera duas vezes, desde a fonte até o sensor. Por outro lado, um imageador termal aerotransportado detecta diretamente a energia proveniente de um alvo na superfície, envolvendo, portanto, um percurso atmosférico relativamente curto. A influência direta da atmosfera varia com as diferenças nos percursos considerados, bem como em função da magnitude do sinal sendo observado, condições amosféricas e comprimentos de onda envolvidos.
O fenômeno do espalhamento atmosférico nada mais é que a difusão, de forma aleatória, da radiação por partículas na atmosfera.O espalhamento Rayleigh ocorre quando a radiação interage com moléculas e outras minúsculas partículas na atmosfera que são bem menores, em diâmetro, que o comprimento de onda da radiação incidente, uma manifestação do espalhamento é dia ensolarado com “céu azul” (ciano, na verdade), na ausência deste o céu seria negro.  O espelhamento é uma das causas primárias da “névoa” observada em imagens. Visualmente, essa névoa reduz drasticamente o contraste de uma imagem. Em fotografias coloridas, o resultado é uma coloração cinza-azulada, particularmente quando tomada a partir de grandes altitudes. A névoa provocada pelo espalhamento Rayleigh pode ser minimizada, ou até mesmo eliminada através do uso de filtros que restringem a passagem dos comprimentos de onda menores.
O espalhamento, o de Mie, ocorre quando as partículas existentes na atmosfera possuem diâmetros essencialmente de mesmo tamanho dos comprimentos de onda da radiação incidente. As maiores causas do espalhamento Mie são vapor d’água e poeira em suspensão na atmosfera ocorrendo quando há tênues coberturas de nuvens.
O espalhamento não-seletivo é um  dos fenômeno mais problemático, que tem lugar sempre que o diâmetro das partículas em suspensão é bem maior que a radiação considerada. Gotas d’água, por exemplo, provocam esse tipo de espalhamento, afetando igualmente o azul, o verde e o vermelho na faixa do visível, razão pela qual nuvens e nevoeiros apresentam a cor branca.
A absorção resulta na efetiva perda de energia da radiação para os constituintes atmosféricos, normalmente ocorre em comprimentos de onda específicos. Provocada normalmente por vapor d’água, o dióxido de carbono e o ozônio. 
Os “scanners” multiespectrais detectam, simultaneamente, várias faixas estreitas do espectro, podendo abranger vários segmentos desde o visível até o infravermelho termal. A partir de 1 mm até 1 m, região onde operam os sistemas sensores de microondas, há uma janela atmosférica praticamente ininterrupta.
 
Características espectrais de (a) fontes de energia e (b) efei-tos atmosféricos. (Note-se que a escala é logarítmica.)
O ponto mais importante a ser notado é a interação e a interdependência entre as fontes primárias de REM, as janelas atmosféricas e a sensibilidade espectral dos sistemas sensores disponíveis para detectar e gravar essa radiação.
Não se pode simplesmente definir arbitrariamente um sistema sensor para qualquer tipo de tarefa de SR. Antes, se faz necessário considerar (1) a sensibilidade espectral do sistema sensor envolvido, (2) a presença ou ausência de janelas espectrais na faixa onde a atividade de SR é desejada, e (3) a fonte, a magnitude e a composição espectral da REM disponível na faixa em questão. Por fim, a escolha da faixa espectral do sensor deve se basear na maneira pela qual a REM interage com os objetos sob investigação.

AQUISIÇÃO E INTERPRETAÇÃO DE DADOS
A detecção de energia eletromagnética pode ser realizada tanto fotograficamente (reservado exclusivamente para imagens que foram detectadas e gravadas em filme) como eletronicamente(qualquer representação pictorial de dados de imagem). O processo fotográfico utiliza reações químicas na superfície de um filme foto-sensível para detectar variações de energia numa cena. Os sistemas fotográficos oferecem muitas vantagens: são relativamente simples, de baixo custo e propiciam um grau de detalhamento espacial e integridade geométrica da imagem.
Os sensores eletrônicos geram um sinal elétrico que corresponde às variações de energia na cena original. Um exemplo familiar de sensor eletrônico é a câmera de vídeo. Embora muito mais complexa e cara que sistemas fotográficos, sistemas eletrônicos oferecem como vantagem: (1) faixas espectrais mais amplas, (2) maior potencial de calibração e (3) capacidade de transmissão eletrônica dos dados gerados.
Ao se processar uma fotografia, uma gravação dos sinais por ela detectados é obtida. Assim sendo, o filme age, a um só tempo, como meio de detecção e de gravação. Os sinais de sensores eletrônicos, por outro lado, são geralmente gravados em fitas magnéticas. Conseqüentemente, os sinais podem ser convertidos no formato de uma imagem fotografando-se a tela de um monitor, ou utilizando-se um gravador de filmes específico para esse tipo de tarefa. Nesses casos, o filme fotográfico é utilizado apenas como meio de gravação, e não mais de detecção.

Os níveis de cinza que formam uma imagem digital são gravados em intervalos numéricos que podem variar de 0 a 63, 0 a 127, 0 a 255, 0 a 511, ou de 0 a 1023. Esses intervalos representam os conjuntos de inteiros que podem ser gravados, utilizando-se códigos binários de 6, 7, 8, 9, ou 10 bits, respectivamente. Em tais formatos, os dados contidos nas imagens podem ser rapidamente analisados com a ajuda de um computador.
O uso de técnicas assistidas por computador permite análises mais aprofundadas de padrões espectrais de dados de SR. Também permite a automação no processo de análise, possibilitando vantagens de custo sobre as técnicas de interpretação visual. Entretanto, da mesma forma que os seres humanos possuem limitações na habilidade de interpretar padrões de resposta espectral, computadores ainda são limitados para avaliar padrões espaciais. Assim sendo, as técnicas visuais e digitais são complementares por natureza, e considerações criteriosas devem ser feitas antes de definida a abordagem (ou combinação de abordagens) a ser adotada para uma determinada aplicação.

Onde análises mais aprofundadas permitem encontrar de padrões espectrais de dados e a automação no processo de análise, possibilitando vantagens de custo sobre as técnicas de interpretação visual. Entretanto, da mesma forma que os seres humanos possuem limitações na habilidade de interpretar padrões de resposta espectral, computadores ainda são limitados para avaliar padrões espaciais. Assim sendo, as técnicas visuais e digitais são complementares por natureza, e considerações criteriosas devem ser feitas antes de definida a abordagem (ou combinação de abordagens) a ser adotada para uma determinada aplicação.
Para o bom uso de SR é utilizado sem o auxílio de algum dado de referência. A aquisição desses dados envolve medições ou observações acerca de objetos, áreas ou fenômenos que estejam sendo sensoriados remotamente. Podem ter variadas formas e podem derivar de diferentes fontes. Por exemplo, os dados necessários para uma análise em particular podem ser oriundos de um mapa de solos, um relatório laboratorial sobre a qualidade de determinada água, ou de uma fotografia aérea. Também podem ser provenientes de um trabalho de campo sobre a identidade, extensão, e condição de culturas vegetais, uso da terra, inventário florestal ou poluição aquática.
Dados de referência também podem envolver medições de campo sobre a temperatura ou quaisquer outras propriedades físico-químicas de várias feições. As posições geográficas nas quais essas medições são conduzidas são freqüentemente anotadas numa base cartográfica, a fim de facilitar sua localização numa imagem correspondente a posteriori. Atualmente, visando uma maior precisão aliada a uma maior simplicidade, receptores GPS (“Global Positioning System” - Sistema de Posicionamento Global) são utilizados de forma cada vez mais crescente.
Dados de referência são usualmente denominados verdade terrestre. Esse termo não tem significado literal, uma vez que várias formas de dados de referência não são coletados na superfície e podem, no máximo, se aproximar das condições reais da superfície. Por exemplo, a verdade terrestre pode ser coletada no ar, sob a forma de fotografias aéreas detalhadas e utilizadas como dados de referência em relação a imagens de resolução espacial mais pobre, como fotografias aéreas de grande altitude ou imagens de satélite. Usados para 
1)Auxiliar na análise e interpretação de dados de SR;  2) Calibrar um sensor; 3) Verificar informações extraídas de dados de SR.
 
COMPONENTES SR IDEAL 
1. Uma fonte de energia uniforme 
2. Uma atmosfera transparente. 
3. Uma série única de interações energia X matéria na superfície terrestre. 
4. Um super-sensor altamente sensível a todos os comprimentos de onda
5. Um sistema de processamento de dados em tempo real. 
6. Múltiplos usuários dos dados. 

Infelizmente, um sistema ideal de SR, da forma como foi descrito acima, não existe. Os sistemas reais de SR estão bem distantes do ideal em todos os pontos apresentados.
 

SISTEMAS REAIS DE SENSORIAMENTO REMOTO
1. A fonte de energia. Todos os sistemas passivos de SR baseiam-se na energia refletida e/ou emitida pelas diversas feições na superfície. Conforme já foi discutido, a distribuição espectral da radiação solar refletida e daquela emitida pelos objetos estão longe de ser uniformes. Os níveis de radiação solar obviamente variam em função do tempo e do lugar, e os diferentes materiais na superfície terrestre emitem radiação em diferentes níveis de eficiência (emissividade). Ao mesmo tempo em que se tem algum controle sobre a natureza das fontes de energia para sistemas ativos, as fontes de energia utilizadas em todos os sistemas reais de SR não são, via de regra, uniformes no que diz respeito ao comprimento de onda. Além disso, suas propriedades variam em função do tempo e do lugar considerados. Conseqüentemente, é necessário conduzir uma calibração de sensores quanto às características da fonte, numa base missão-a-missão, ou simplesmente lidar com unidades relativas de energia.
2. A atmosfera. A atmosfera normalmente compõe os problemas introduzidos por variações na fonte de energia. De certa forma, a atmosfera sempre altera a intensidade e a distribuição espectral da REM recebida por um sensor. Ela restringe onde se quer observar espectralmente, e seus efeitos com o comprimento de onda, tempo e lugar. A importância desses efeitos, similarmente aos efeitos provocados pela variação na fonte de energia, é função do comprimento de onda, do sensor utilizado, e da aplicação que se tem em mente. A eliminação ou a compensação de efeitos atmosféricos via algum tipo de calibração é particularmente importante na aplicações onde a repetitividade nas observações de uma mesma área está envolvida.
3. As interações energia X matéria na superfície terrestre. O Sensoriamento Remoto seria bastante simples se cada material refletisse e/ou emitisse REM de uma forma única e conhecida. Embora os padrões de resposta espectral (assinaturas) desempenhem um papel relevante na detecção, identificação e na análise de materiais na superfície, o universo espectral está repleto de ambigüidades. Tipos de materiais radicalmente distintos uns dos outros podem apresentar uma grande similaridade espectral, tornando difícil o trabalho de diferenciação. Além do mais, o entendimento das interações entre energia e matéria para as feições terrestres está num nível elementar para alguns materiais e virtualmente não existe para outros.
4. O sensor. A esta altura, não constitui qualquer surpresa a afirmação de que um super-sensor simplesmente não existe. Nenhum sensor isolado é sensível a todos os comprimentos de onda. Todos os sensores reais possuem limites fixos de sensibilidade espectral. Eles também possuem um limite de quão pequeno um objeto na superfície pode ser percebido individualmente. Esse limite, denominado resolução espacial de um sensor, é uma indicação de seu nível de capacidade em registrar detalhes de natureza espacial.
A escolha de um sensor, para qualquer tarefa, sempre envolve compromissos. Por exemplo, sistemas fotográficos possuem, em geral, ótimas características de resolução espacial, mas carecem de maior sensibilidade (abrangência) espectral, possível com sistemas não-fotográficos que, por sua vez, apresentam fracas características de resolução espacial. De maneira similar, muitos sistemas não-fotográficos (e alguns sistemas fotográficos) são bastante complexos óptica, mecânica e/ou eletronicamente falando.
Eles podem ter, ainda, restrições quanto a potência, espaço físico e requisitos de estabilidade. Tais requisitos freqüentemente ditam o tipo de plataforma, ou de veículo, a partir do qual um sensor pode ser operado. As plataformas podem variar desde uma simples escada até uma estação espacial. Dependendo da combinação sensor/plataforma necessária a uma dada aplicação, a aquisição de dados de SR podem ser um esforço extremamente caro.
5. O sistema de processamento de dados. A capacidade atual de gerar dados excede com folga a capacidade corrente de processar esses mesmos dados. Isso é verdade tanto se forem considerados os procedimentos de interpretação visual ou análises assistidas por computador. O processamento de dados de SR num formato interpretável pode ser - e normalmente é - um esforço que requer raciocínio, instrumentação, tempo, experiência e dados de referência consideráveis.
Embora muitos processamentos possam ser realizados por máquinas, a intervenção humana no processamento dos dados de SR é, e continuará a ser, essencial à aplicação produtiva destes.
6. Os múltiplos usuários dos dados. As pessoas que utilizam os dados gerados por qualquer sistema de SR são essenciais à aplicação bem-sucedida desse sistema. Os dados gerados por procedimentos de SR somente se tornam informação se e quando alguém possui um bom entendimento acerca de sua geração, interpretação e melhor forma de utilização. Um entendimento detalhado do problema a ser solucionado é mister para a aplicação produtiva de qualquer método de SR. Além disso, não há combinação simples de procedimentos de aquisição e análise de dados que satisfaça as necessidades de todos os usuários desses dados.
Considerando que a interpretação de fotografias aéreas têm sido utilizadas como uma prática fonte de informações há cerca de um século, as outras formas de SR são meios para adquirir informação relativamente novos, técnicos e fora do convencional. Essas fontes mais novas de SR têm satisfeito muito poucos usuários até recentemente, o que afasta-os do modelo ideal mencionado na Seção anterior.
Entretanto, à medida que novas aplicações continuam a ser desenvolvidas e implementadas, um número cada vez mais crescente de usuários está atento ao potencial, da mesma forma que às limitações, das técnicas de SR.
 
 
TRABALHOS  IPA – FURB
Uso cobertura da terra para Blumenau
Indicadores de Desenvolvimento para Blumenau
Hidrologia da Bacia do Rio Hercílio
Agenda Blumenau 21
Indicadores de Desenvolvimento para Blumenau
Parque das Nascentes
Sensoriamento Remoto em Blumenau
Análise da evolução espaço em Blumenau de 1981 a 1993

CONCLUSÕES DE SR
* O sensoriamento remoto está intimamente ligado as questões mitilares para segurança e interpretação de dados, onde o domínio das tecnologias vinculadas a este tipo de operações tem resgardado a segurança de diversos países, como também a espionágem e controle em diversos outros. Um grande aplicação e ampla utilização dos mecanismos vindo da área militar está voltada as questões ambientais interligando diversas áreas do conhecimento em prol da defesa e controle do meio ambiente.
* A aplicação bem-sucedida do SR tem como premissa básica a integração de fontes de dados e procedimentos de análises múltiplos e interrelacionados. Dentre as aplicações apropriadas, há uma grande variedade de abordagens para aquisição de dados e procedimentos de análise.
O sucesso de muitas aplicações em SR é aumentado consideravelmente quando adotada uma abordagem múltiplo-enfoque para a aquisição de dados. Isso pode requerer a utilização de múltiplos níveis de aquisição (diferentes altitudes). Pode envolver também sensoriamento multiespectral ou, ainda, sensoriamento multitemporal.
 * Mais informação pode ser obtida por meio da análise de múltiplos enfoques do terreno, ao invés da observação singular do mesmo. Num ponto de vista similar, o imageamento multiespectral disponibiliza muito mais informação do que somente aquela proveniente de uma banda simples. O “scanner” multiespectral é um sensor que adquire dados de múltiplas bandas espectrais simultaneamente. Quando os sinais gravados nas múltiplas bandas são analisados conjuntamente, mais informações se tornam disponíveis do que se somente uma banda estivesse sendo empregada, ou se as várias bandas estivessem sendo analisadas independentemente. A abordagem multiespectral constitui o coração de inúmeras aplicações de SR envolvendo a discriminação de tipos e condições de objetos dispostos na superfície.
* Em qualquer abordagem aplicada ao SR, não se deve apenas estabelecer a combinação correta de técnicas de aquisição e interpretação de dados, mas também a combinação correta de técnicas modernas de SR e aquelas ditas “convencionais”. O especialista deve ter em mente que o SR é uma ferramenta que produz melhores resultados quando utilizada em conjunto com outras, e não como tendo um fim em si mesma.
Essa realidade motivou enormemente a evolução dos Sistemas de Informações Geográficas (SIG’s) que, reunindo vários planos de informação sobre um mesmo objetivo com suporte computacional, permite a síntese, análise e a comunicação de uma quantidade virtualmente ilimitada de dados. Basta que lhes seja aplicável uma georreferenciação, ou seja, sua disposição numa base cartográfica comum a todos os outros planos de informação.
* O SR dá, literalmente, a capacidade de ver o invisível. Além disso, o SR transcende as fronteiras disciplinares, tornando-se tão vasto em suas possibilidades de aplicação que se torna inútil tentar denotá-lo como uma ferramenta puramente civil (monitoramento ambiental, de safras agrícolas, de catástrofes, de poluição marinha, estudos geológicos, entre outros) ou eminentemente militar (inteligência de imagens).
* Está intimamente ligado as questões mitilares para segurança e interpretação de dados, onde o domínio das tecnologias vinculadas a este tipo de operações tem resgardado a segurança de diversos países, como também a espionágem e controle em diversos outros.
* Aplicações voltadas as questões ambientais desempenham um papel crescente nos processos de decisão, sejam esses de caráter estratégico. A evolução tecnológica de sistemas sensores, plataformas espaciais, sistemas de comunicações, sistemas de posicionamento global, sistemas de processamento de imagens digitais e sistemas de informações geográficas ocorre numa base quase que diária. Resta aos reais e potenciais usuários desse tipo de tecnologia manter a capacidade de utilização da mesma, a fim de acompanhar todo o processo de maneira efetiva.
 
 
 
 
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